terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Pássaro

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Sorte quem tem

é o pássaro
que é livre
sabe cantar
assobiar
voar
e é capaz de construir seu próprio ninho.
no lugar que lhe der na telha.






domingo, 29 de janeiro de 2012

Asas

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Queria ter asas
que me permitissem
me perder no horizonte.

Horizonte infinito
que tanto parece ter
pra me oferecer.

Queria ter asas
que me permitissem
voar mais alto
do que já consigo.

Conquistar
níveis de altitude
nunca antes
me permitido.

Queria ter asas
que me permitissem
plainar leve
como os anjos.

Anjos
que me resguardam
a serviço
de um bem maior.

Queria ter asas
que me permitissem
ir além da minha imaginação.

Imaginação
que tantas vezes
já me fez...
De fato voar.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Muito mais que estimação



Certos amores
são impossíveis
de explicar
de compreender.

Certos detalhes
só você é capaz de enxergar
se apegar até amar.

Ninguém jamais
Será capaz
de chorar como você chorou
de sentir o que você sentiu.

Ninguém jamais
será capaz de entender
o porquê do apego
a não ser você mesmo.

Todos sempre
vão achar tolice
mais uma idiotice
e babaquice
de uma futilidade absurda.

Por mais que tentem
usurpar seu lugar
tomar de ti suas dores.

Ninguém jamais será capaz
de sentir o que você sentiu
quando um detalhe
que você tanto estimava partiu.



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Desde o começo eu queria ter transformado a dorzinha que eu senti quando meu cachorrinho morreu em poema, mas eu não consegui. Não tenho vergonha de dizer que chorei muito, que senti como se alguém da minha família tivesse partido, e que em certo momento percebi que um pedacinho de mim tinha ido junto com ele. Já tive muitos cachorros mas de nenhum gostei como gostei do Tobby, meu caso com ele foi amor a primeira vista, ele era a coisa mais fofa e chorona do mundo, me lembro como se fosse hoje dele chorando a noite inteira mesmo dentro de casa, me lembro do tanto de vezes que levantei a noite preocupada com o desespero dele, e quando eu me aproximava ele só ficava me olhando com aqueles olhinhos doces. Percebi que a única coisa que ela não queria era ficar sozinho.
Me lembro das paredes que ele arranhou, das vasilhas de comida que destruiu e de toda sujeira que fez. Foi tão divertido vendo ele aprender a descer as escadas, cada degrau era um choro. O que mais que comove é me lembrar da festa que ele fazia quando eu entrava pelo portão, ficava tão eufórico, começava a pular, daí eu começava a correr atrás dele até ele se cansar hahahaha, como era bom. 
Agora só ficou um vazio, não tem mais ele pra latir quando chego na casa do meu pai, não preciso mais entrar lá com medo dele vir e sujar minha roupa, ou de ele vir correndo a todo vapor e sair pelo portão na hora que eu o abrir. O que me consola é saber que ele foi feliz no pouco que viveu e que ele fez a mim e a minha família muito feliz. Sei que agora ele deve tá em um lugar lindo, com muito verde, com muito espaço, correndo, latindo e comendo biscoito como se não houvesse amanhã! Sei que ele era  "só" um cachorro, mas vai fazer mais falta que muita gente!


sábado, 21 de janeiro de 2012

Desejo-me sorte

Essa tal de sorte
Eu nem tenho
Não tropeço em moedas
Não sou de ver pássaros verdes
Já perdi as contas
De quantos espelhos quebrei
E de quantos azarares acumulei.

Todos os meus trevos
Têm apenas três folhas
E não foi por falta de esforço
Mas acabei no fundo do poço
Esperando as quatro folhas
Que talvez nunca vou encontrar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O ideal

Eu queria um mundo de pessoas mais engajadas
Com almas revolucionárias,
Mergulhadas em amor
Pessoas com sede insaciável de justiça.

Acho que todos querem um mundo
Dominado pela paz
E pelas pessoas de bom coração.

É!E eu queria um mundo cheio de pessoas
Que se importassem
Que se chocassem
Que esbravejassem
Que lutassem

E que não se contentassem
em ficar com o traseiro colado em um sofá.
Assistindo besteiras na televisão

Concordando com tudo
Esquecendo aos poucos de sua opinião
De seu amor próprio
Sua autenticidade
Sua verdadeira verdade

Não aquela que desenharam
E colocaram nariz de palhaço
Nesses lindos rostos
Vazios de expressões.

Robôs acéfalos
É a única coisa que vejo pelas ruas
Marchando, marchando
Incansavelmente
Insensatamente.

Eu queria um mundo coberto por pessoas
Mas por pessoas de verdade
Que têm o coração pulsante
Que gritem em alto-falantes
Aquilo que o resto se esqueceu de dizer
A realidade que esqueceram de nos mostrar
E o quão é feia a beleza
Que nos fizeram acreditar.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Todas as formas de tempo



















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Nunca aplico a mim mesma
Meus conselhos e filosofias
Sempre levo à sério meus sonhos e fantasias
Perco-me
Encontro-me
Em mim mesma
Nunca sendo a mesma
Mutação simultânea
Sentimentos aleatórios

Onde estou?
Aonde eu realmente queria estar
Quem eu sou?
A pessoa que sempre quis me tornar
Pra onde vou?
Nem consigo imaginar.

De todas as formas de tempo
Ao passado me apego mais
Não te aconselho
Nunca cometa esse erro
E também nunca planeje demais
Viva
Siga
Diga
Sinta

Abrace
Ame
Excite-se
Grite
Rime

Corra
Voe
Pule
Nade até o outro lado
Não tenha medo
Largue o receio
O presente é legal de viver

Nunca aplico a mim mesma
Meus conselhos e filosofias
Sempre levo a serio meus sonhos e fantasias
Perco-me
Encontro-me
Em mim mesma
Nunca sendo a mesma
Sofro de Mutação simultânea,
sentimentos aleatórios

Mas aplique-se
Dedique-se
Multiplique-se
Acredite

De todas as formas de tempo
A melhor é... Viver!


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Que mané escritora!














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Nas mãos um lápis sem ponta.

Diante dos meus olhos uma folha de papel ainda em branco,
que ainda não sei se serei capaz de preencher.

Troco então o arcaico pelo tecnológico
e para o computador eu imploro,
que alguma idéia eu possa ter.

Começo a entrar em desespero,
pois o fim se embaralhou com o meio
e com o principio não se encaixou.

Quebro a cabeça e não sai nada
estou mesmo desesperada
e a ansiedade me dominou.

E por me ver sem opção
acendo um cigarro em busca da solução
dessa falta súbita de imaginação.

A cada estrofe a cada rima
em cada verso,
uma falha tentativa.

Decido então desistir,
dessa vez não consegui o proposto texto fazer.
Foi só então que percebi e enfim posso admitir
de fato nunca soube escrever.

O que existe aqui é uma pobre amadora
se passando por escritora
mas que no fundo é uma boa embromadora
de uma escrita descartável.

Sempre me faltou técnica e domínio,
só tenho um português mal dito
e a vontade de falar.

De falar pelas entrelinhas
frases que de fato são minhas,
mas que com a fala sempre fui incapaz de expressar.

Não consigo escrever por obrigação,
sou incapaz de me expressar
sem de fato sentir a emoção.

A cada frase escrita.
A cada palavra dita.
Milhões de emoções sentidas.

A cada tema proposto
se escrevi foi por gosto.
Pois não lhes daria o desgosto
de presenciar meu fracasso.

Se me obrigo, eu não sinto.
Se eu não sinto, não escrevo.
Se eu não escrevo...
É meus caros, eu sou uma farsa!