O vento sopra. Leva consigo a poeira molhada. Exala seu aroma. Escuto ruídos leves, são pequenas batidas no vidro da janela. Sinto um leve arrepio. Um sutil calafrio. Percebo uma brisa por entre meus cabelos passear. Abro a cortina. Minhas vistas se embaçam. Vejo pingos prateados. É está chovendo. Tentativa falha de tocar a água que da janela me parece tão atraente. Ela cai de leve, levemente. Toca o chão suave, suavemente. Ai como eu queria dançar na chuva. Rodopiar pelas avenidas. Equilibrar-me por entre os meios fios, segura apenas por um guarda chuvas. Vejo-me parada. De olhos fechados. Enquanto a água gélida escorre pelo meu rosto. Sinto-a com mais intensidade. É a chuva agora está mais forte. Mas agora pareço não me importar. A chuva não quero mais largar. Abro os olhos. Vejo-me novamente frente a frente à transparência do vidro da janela. Eu de um lado. A chuva do outro. Essa janela intrometida conseguiu nos separar. Mas parece estranho. Estou molhada. Que estranho. Não foi apenas um sonho. A chuva e eu nos encontramos. E no meio dela mesmo nós dançamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário