quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ventania




















Aquele vento que perturba é frio,
É inquieto,
Me tira o sossego.
Mexe comigo de todas as formas,
Até me tirar o medo.

Quando estou segura
Ele se esquenta
Ele se evapora
Ele vai lentamente se esvaindo.

E me deixa no vácuo
Com o coração apertado,
Incendiando
Pelo calor do sol.

E de repente ele volta
Tomando outras formas
Com cara de brisa
Da muito brisada.

Mas depois ganha força
De uma monção que derruba a moça
Que já não tem mais forças
Para aguentar nem sequer um sopro.

sábado, 13 de agosto de 2011

Cansei de falar do amor... Agora só falo da chuva


O vento sopra. Leva consigo a poeira molhada. Exala seu aroma. Escuto ruídos leves, são pequenas batidas no vidro da janela. Sinto um leve arrepio. Um sutil calafrio. Percebo uma brisa por entre meus cabelos passear. Abro a cortina. Minhas vistas se embaçam. Vejo pingos prateados. É está chovendo. Tentativa falha de tocar a água que da janela me parece tão atraente. Ela cai de leve, levemente. Toca o chão suave, suavemente. Ai como eu queria dançar na chuva. Rodopiar pelas avenidas. Equilibrar-me por entre os meios fios, segura apenas por um guarda chuvas. Vejo-me parada. De olhos fechados. Enquanto a água gélida escorre pelo meu rosto. Sinto-a com mais intensidade. É a chuva agora está mais forte. Mas agora pareço não me importar. A chuva não quero mais largar. Abro os olhos. Vejo-me novamente frente a frente à transparência do vidro da janela. Eu de um lado. A chuva do outro. Essa janela intrometida conseguiu nos separar. Mas parece estranho. Estou molhada. Que estranho. Não foi apenas um sonho. A chuva e eu nos encontramos. E no meio dela mesmo nós dançamos.