A quem pretendo enganar
Enquanto finjo ser indiferente
Deixando escapar coisas tão importantes.
Pra quem quero parecer forte
E mostrar que sou capaz de abrir mão
Da ilusão e abraçar a razão.
Ninguém se importa
Se sou fraca ou forte
Louca ou sensata
Triste ou feliz
Ninguém liga
Se transformo tudo em merda
Ou se construo grandes fortalezas.
A quem pretendo decepcionar
Sendo sempre tão covarde.
A quem quero machucar
Tentando mostrar coragem
Enquanto transpareço a covardia.
Talvez tudo isso
Seja baseado naquele medo de ser feliz.
Naquele medo de saltar
Naquele sofrer por antecipação
Naquela insegurança
Que dá sempre a certeza
De que o pára-quedas
Não irá abrir na hora certa.
Naquela certeza
De que a queda virá.
Tudo isso lembra
Aquele receio
De provar novos gostos
E optar sempre pela mesmice.
A chatice da vida sem riscos
A monotonia da vida comum.
A preferência por amores fáceis.
De que adianta reclamar do tédio
E no fundo sempre buscar por ele.
Qual o problema de às vezes abrir mão do agora
E esperar um pouquinho.
Porque gostar de sofrer
Porque gostar de ser triste.
Porque só querer o conforto da presença.
Porque o choro inspira mais do que o sorriso.
Se buscavas um pouco de drama
Pra voltares a escrever... Parabéns
Acho que voltaram a se encontrar.
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