Queria virar fumaça
para ser tragada pela atmosfera.
Para me fundir aos gases e vapores,
me misturar aos aromas
incomodar apenas em forma de brisa,
perfumes e cores.
Pegar carona com a chuva,
me acomodar no leito de um rio,
ver as coisas por um ângulo novo
e observar de forma invisível.
Quem sabe uma queda d’água me faça cócegas
e me acalente no colo de outro rio.
Talvez assim eu evapore
e pro céu eu volte sorrindo.
Quero me tornar raios de sol,
mas, quero ter cor de violeta.
Quem sabe a luz me traduza
e me cegue
para que eu não mais veja.
Quero que algum ruído me invada
e por fim me ensurdeça.
Imagine a paz que eu teria
se eu me mesclasse à natureza.