Corro e busco
em meio ao mofo e o musgo
tudo o que eu sempre quis ter.
O sino da igreja que toca
diariamente, de hora em hora
de vez em quando minhas tristezas evoca
e o sentido de tudo começa a se perder.
Vigoroso é o vento que sopra
traz a chuva que nas ruas se empoça
que de vez em quando me molha
e o sol não pede licença para aparecer.
As pedras dos morros íngremes
são escorregadias demais.
Não são de querer favorecer
é quase impossível não querer voltar atrás.
A solidão se reforça
muitas caras nas ruas são tortas
mas às vezes isso pouco me importa
pois o som de um órgão gracioso
eu escuto saindo de uma porta.
Aqui as noites são mais frias
tão recheadas de melancolia
Chega a ser angustiante
e ao mesmo tempo aconchegante
a hora de ir dormir.
Tudo é recheado de histórias
os muros parecem ter tanto pra contar.
Com as nuvens e estrelas daqui
tenho vontade de conversar.
É uma busca que me traz choros
e sorrisos também.
Só por ser uma novidade
sei que da mesmice não sou mais refém.
