O sentido do que escrevo

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Minha poesia é sobre cheiros.
É sobre o paladar que tais cheiros aguçam.
É sobre o tato.
É sobre o arrepio que tal tato provoca.
É sobre o que vejo.
É sobre o que Eu escuto quando não quero enxergar.
É sobre sentidos.
É sobre sentido nenhum.
É sobre sentimentos.
É às vezes sobre sentimento nenhum também.
É sobre o fôlego de vida.
É sobre a preguiça da vida.
É sobre esse gigante que gira.
É sobre tudo o que está aqui e ali.

A vida e as crenças

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É triste acordar
e não crer no sol
não crer na chuva
não crer na terra
não crer nos laços
não crer nos fatos
não crer no imaginário
não crer no faro
não crer nos próprios passos
não crer em passos alheios
não crer no que causa medo
não crer no que traz paz
não crer que é capaz
só crer que tanto faz
só ver pra crer
não crer pra não sofrer
e perceber que a vida sem crenças é vazia.

Insônia

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Insônia
estado que em algumas noites me assombra
enquanto uma mente trabalha com gana
maquinando coisas que talvez nunca irão acontecer.

Manobra que me ganha
quando me faz acreditar
que algo ainda pode acontecer
fico a fim de pagar pra ver
que mal vai ter se a noite eu varar?