domingo, 24 de junho de 2012

Não vamos mais nos querer

Você não pode me deter
não tem mais o que fazer
dessa vez pretendo mesmo ir.

Tudo o que nós dizemos
parece tão confuso,
incoerente e vazio.

Acordos, meios termos
e assim seguimos
empurrando com a barriga.

Palavras bonitas não concertam
o que já foi quebrado há muito tempo.
Quando vamos perceber?

O talvez é pouco
O até logo é incerto
O esperar é impossível.

Já esperamos tanto...
Percebe...
que ainda nem saímos do lugar?

Você não pode mais me prender;
Sou péssima em ignorar
mas tenho conseguido não voltar atrás.

Até quando vamos fechar os olhos
e deixar a vida passar?
Até quando vamos pensar um no outro
e não conseguir fazer tudo se concretizar?

Até quando seremos jovens?
Até quando teremos garras?
Até quando iremos respirar?

Enquanto a gente fecha a porta
por detrás dela
o vento sopra
a chuva caí
e o sol continua a brilhar.

As pessoas ainda dançam
outras se encontram
e muitas delas se encantam.

Eu não vou mais te querer
não existem justificativas
não que falte alguma coisa
na verdade tínhamos tudo.

Mas o que temos agora?
Soluços?
Suspiros?
Meia dúzia de conversas?

Percebe?

Que não estamos mais em sintonia?
Você tem seus risos
seus motivos
e eu tenho os meus.

Você tem suas lutas
suas prioridades.
Esse jogo de atenção é cansativo.

São tantas as barreiras.
São tão poucas as saídas...
Não é mesmo?




quarta-feira, 20 de junho de 2012

Brevemente

- Link da Foto -



















Veio do nada

como um vento forte
tirou de órbita
todas as minhas razões.

Foram para o espaço
as pendências e indefinições;
Sinto que já não sinto
o que eu sentia.

Os olhos cegaram
as bocas calaram
o chão, as paredes, as pessoas
se dissiparam.

Disconfundiu
enquanto confundia tudo
e o que tanto eu queria
parece não ser tão mais  seguro.

Deu amnésia no tato
mas sei que sorrisos se abriram
só tenho certeza do fato
de que foi breve demais.

Segundos venceram
incontáveis horas
a ponto de ser interessante
que voltem, enquanto as outras
se guardem apenas na lembrança.

A fuga não foi sábia
Afinal a sensação foi tão válida
mas nesses casos a ignorância
vem sem a gente perceber.

Arrependimentos e lamúrias
no momento são nulas
não passam de meros ses
e de nada irão adiantar.

Afinal
veio do nada
como um vento forte
e se foi...
Com a mesma intensidade.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Pós aniversário


Sou jovem. Afinal tenho apenas 20 anos. Mas às vezes me sinto como uma velha que pensa que irá morrer logo e que por isso não têm mais muito tempo para fazer as coisas que deseja, ou para concluir os feitos já iniciados. Mas é estranho, porque mesmo me sentindo velha algumas vezes, em outras penso que ainda sou uma criança indefesa, cuja inocência me impede de viver e entender o que os grandes já vivem e já entendem bem. Sim. Uma criancinha apaixonada por perguntas, mas que conquista pouquissímas respostas. É! Talvez eu seja mais criancinha do que velha. Afinal crianças acreditam e confiam nas pessoas e no amor verdadeiro, e acham que o amor de sua vida será uma alma gêmea com a qual irá esbarrar ao dobrar a esquina.

Na verdade... Talvez eu não seja nem velha, nem jovem, nem tão pouco criancinha. Já sou uma adulta chata e careta. Cheia de princípios, que bebe pouco quase nada, que odeia cigarros ou qualquer outro tipo de droga, mas que não vive sem analgésicos e chocolate. Adulta e tão careta, que mesmo nos dias de hoje não acredita no sexo que não envolva o amor.

Quer saber? Já sei! Não sou velha, não sou adulta, não sou jovem e muito menos criancinha. Na verdade penso que não tenho idade. Vivo no meu tempo, no meu prazo. Às vezes tenho pressa, às vezes caminho com cautela, e em outras nem me dou ao trabalho de levantar. Sou sonhadora. Minha felicidade está na realização pessoal. Fazer as coisas que gosto, estar do lado dos que me fazem bem, abrir mal sem culpa do que não quero viver.
Sonhadora convicta. Que ainda acredita que a mudança do mundo não é tão utópica assim.
Em alguns momentos acho que sou até meio “anti-capitalista”, porque acho que o dinheiro nem devia existir. Não que eu não goste das coisas bonitas que ele pode comprar, mas é que as vezes me lembro que ele é apenas um pedaço de papel com valores e umas coisinhas especiais impressas .

Aaaah sim! Sou sonhadora, e como sou! Não tenho alma de velha, nem de adulta, nem de jovem e nem de criancinha. Tenho alma de pensadora, artista, poetisa. Gosto da música, gosto da dança, gosto dos gestos, amo as palavras. Amo a brisa, amo o verde, amo os bichos, amo a harmonia, acredito em milagres, amo a vida... Amo tanto, que acho que é por isso que sinto tanto medo. Medo de não ter tempo, medo de não ter competência para viver e conquistar as melhores coisas que a vida tem para me oferecer.
Em apenas duas décadas de vida, já chorei e sorri tanto. Me fechei, me frustrei, fiquei de mal humor, reclamei, fugi de tantas coisas boas e ruins. Reclamei, corri atrás, deixei tantas coisas passarem. Me senti realizada e colecionei inúmeros arrependimentos.

Nada de jovem, nada de velha, nada de adulta, nada de criancinha. Sonhadora, insegura, em plena crise dos 20. Sinto falta do colégio, sinto falta do parquinho. Estou abandonando a infância e a adolescência e estou começando a virar adulta (pelo menos cronologicamente falando).
Nessa fase do campeonato eu só espero que eu não encontre um amor que apenas me acomode, e que eu não venha a ter filhos apenas para procriar. Que Deus me dê paz, saúde, sucesso, prosperidade, e que ele nunca permita que eu deixe de sonhar. Que ele me livre da carência e da solidão, que me traga amores, companhia e compreensão. Que ele conserve o meu juízo e me absolva dos meus pecados. Que ele entenda os meus desejos e que me ajude a seguir no caminho em busca deles. Que eu tenha os anos de vida que preciso para concluir ao menos metade(ou um pouquinho mais) do que pretendo.
Que Deus me livre da má vontade, do olho gordo, da inveja e da ganância. Tanto dos alheios, quanto da minha parte mesmo.

Por fim... Que eu nunca mais me defina como criança, velha, ou qualquer outra coisa! Porque no final das contas, sou apenas sonhadora, livre de qualquer outra definição.