Sempre que um ano está chegando ao fim, sempre lamento mesmo que involuntariamente. Porque no fim das contas, na hora de por tudo na balança, na hora de avaliar o que foi conquistado o que não, o que foi melhorado e o que não, percebo que nada mudou. Que tudo está igual. Não consegui um grande emprego, não fui tão bem na escola, não encontrei aquele grande amor, talvez eu até tenha encontrado, mas ironicamente ele não deu certo, não ganhei na loteria e nem naqueles sorteios bobos da rádio da cidade. Daí eu sempre coloco minha cabeça no travesseiro e depois de tanto chorar por tanto me lembrar do quanto todos os meus anos têm sido chatos, monótonos e sem grandes novidades pra contar, vangloriar, comemorar... Eu começo a dar risadas, sim do nada começo a dar risadas, risadas tão espontâneas que começo a me engasgar com os soluços que o meu choro provocou. É engraçado, porque só hoje percebo que faço isso em todo fim de ano, me lembro que passo toda virada de ano vestida de branco, faço propósitos estúpidos e inúteis, digo que vou quebrar barreiras que sei que são fortes demais para que eu consiga derrubar em uma simples vontade súbita de mudar os rumos das coisas, me lembro que me lamento todo o santo fim de ano por não ter conquistado as mesmas coisas fúteis que tanto quis conquistar. Dou risada porque me lembro daquela mania horrorosa e brega de fitar o céu enquanto vejo os fogos explodindo e pensando: “no próximo ano tudo será melhor”, sem contar aquela mania de acordar do primeiro sono do ano com o pé direito... Aí vejo mais e mais risadas chegando, porque me lembro dos micos que paguei das risadas que dei ao lado dos meus amigos e família, e das palhaçadas do meu cachorro, me lembro das pessoas que encontrei das pequenas graças que Deus colocou na minha vida, dos medos que perdi, dos pequenos sonhos que realizei, da confiança que despertei em várias pessoas, dos abraços e beijos que recebi dos encontros inusitados, das pessoas que não via há séculos, dos momentos sem noção que passei, de todos os doces e porcarias que comi, do tanto que amadureci, do fato de eu ter aprendido a me amar mais, dos sentimentos que me permiti sentir, dos momentos únicos e inéditos que tive, em datas que nunca na história da minha vida tinham tido alguma importância. Lembro-me das minhas esperanças, dos frios na barriga que senti, das idéias doidas e do afloramento da minha imaginação fértil que deram vida a textos, frases e histórias que a meu ver são maravilhosas. Diante de todas essas pequenas coisas que conquistei, diante desses pequenos passos que dei rumo à minha evolução e crescimento, eu simplesmente não me vejo no direito de reclamar do meu ano de 2011.
E hoje eu só sei de uma coisa... Eu não espero nada do ano de 2012. Nada, absolutamente nada, não vou pedir nada, não vou planejar nada, não vou lamentar nada e muito menos vou dizer que tudo vai mudar. Eu simplesmente vou deixar as coisas acontecerem, vou fazer as coisas acontecerem, vou fazer por merecer e tudo o que vier será lucro, será a recompensa, será mais graças e mais bênçãos de Deus em minha vida.
Se nesse ano nada foi como planejou não lamente, não se culpe, não culpe os outros e não culpe a Deus, pense que terá a oportunidade de no ano seguinte tentar fazer tudo dar certo de novo. E se mais um ano se passar e nada der certo não se preocupe, pense que mais anos virão e os viva até que tudo finalmente dê certo...
FELIZ 2012 !!