Sempre tento pensar em outras coisas,
em poucas coisas.
Mas sempre continuo escrevendo essas coisas.
Pra ver se eu escapo
desse meu constante estado
de agonia e desespero.
Que nem sempre me deixa sorrir.
Mas minto às vezes rio
mas em algumas outras vezes,
apenas choro.
Um choro que faz coro
com todas minhas partes
e que aos poucos ele invade
todo o meu ser.
Até vejo vestígios de diversão
mas na verdade já me acostumei com a solidão
que escureceu meu coração
que nem mais sabe enxergar.
Às vezes minto!
Não me acostumo a nada.
Só finjo.
Que me conformei com esse desnorteio,
esperanças em meio a devaneios
que soltam faíscas
pelo vento
que me deixam parada no tempo.
No tempo de ilusões
de coisas que foram apenas visões
e que carrego como carma
mesmo quando tento fugir em disparada.
Substituindo o choro pelo grito.
A dor pelo suspiro.
O desconsolo pelo abraço.
O decoro pelo descaro.
Estar só por ter alguém do lado.
Mas nem um caminho
me diz que compensa
seguir por ele e tentar a sorte
porque nada estimula o transporte
pra uma viagem tão cansativa.
Falo de estímulos como
borboletas no estômago
e cócegas no coração.
Falta de ar
e a perda da razão.
Mas faz tanto tempo
que não sinto essas coisas.
Mas lembre-se:
às vezes minto.
e também finjo.
Mas deixa pra lá.
Já me acostumei
ou não me acostumei a nada.
Só sei que tenho a solidão
como minha constante companhia
e minha eterna agonia.