sábado, 21 de maio de 2011

Como se fosse fácil explicar


















Existe nome
para esse desespero
esse aperto horrível no peito
que parece dilacerar o coração
que tenta expandir o pulmão
que procura desesperadamente por ar.

Existe algo que explique
que isso apareça do nada
sem sequer um aviso prévio
dizendo que viria de lugares
improváveis?

Existe sentido
para que isso se torne
um dos maiores motivos
para ir em frente
tentar ser melhor?

Já explicaram porque
o poder disso aguçar os sentidos
e fazer com que se queira
isso mais que tudo,
mais que qualquer coisa?

E o porque de doer
se é algo tão lindo...
Alguém explica?


domingo, 1 de maio de 2011

Minha eterna companhia

























Sempre tento pensar em outras coisas,
em poucas coisas.
Mas sempre continuo escrevendo essas coisas.

Pra ver se eu escapo
desse meu constante estado
de agonia e desespero.

Que nem sempre me deixa sorrir.
Mas minto às vezes rio
mas em algumas outras vezes,
apenas choro.

Um choro que faz coro
com todas minhas partes
e que aos poucos ele invade
todo o meu ser.

Até vejo vestígios de diversão
mas na verdade já me acostumei com a solidão
que escureceu meu coração
que nem mais sabe enxergar.

Às vezes minto!
Não me acostumo a nada.
Só finjo.

Que me conformei com esse desnorteio,
esperanças em meio a devaneios
que soltam faíscas
pelo vento
que me deixam parada no tempo.

No tempo de ilusões
de coisas que foram apenas visões
e que carrego como carma
mesmo quando tento fugir em disparada.

Substituindo o choro pelo grito.
A dor pelo suspiro.
O desconsolo pelo abraço.
O decoro pelo descaro.
Estar só por ter alguém do lado.

Mas nem um caminho
me diz que compensa
seguir por ele e tentar a sorte
porque nada estimula o transporte
pra uma viagem tão cansativa.

Falo de estímulos 
como 
borboletas no estômago
e cócegas no coração.
Falta de ar                                       
e a perda da razão.

Mas faz tanto tempo
que não sinto essas coisas.
Mas lembre-se:
às vezes minto.
e também finjo.

Mas deixa pra lá.
Já me acostumei
ou não me acostumei a nada.
Só sei que tenho a solidão
como minha constante companhia
e minha eterna agonia.